sexta-feira, 2 de agosto de 2013

OS MAIORES VIGARISTAS DO MUNDO

Quase não dá para acreditar. Mas grande parte das aventuras vividas pelo paranaense Marcelo Nascimento da Rocha – ou Victor Hugo, Juliano Silva ou Marcelo Ferrari Contti, outra de suas 16 identidades – é verdadeira, como confirmaram testemunhas e reportagens.

A sua ousadia maior foi ter-se passado por Henrique Constantino, filho do dono da empresa de aviação Gol. A escritora Mariana Caltabiano compilou esse e outros casos de Nascimento durante um ano gravando depoimentos seus na prisão do Centro de Triagem de Curitiba.
O fruto das entrevistas é o livro “Vips – Histórias Reais de um Mentiroso”, em que Nascimento relata, em primeira pessoa, aventuras dignas de um filme. Apesar de ter passado a maior parte de seus 29 anos entre mentiras e vigarices, Nascimento só ficou famoso em 2001.
Naquele ano, fugindo à polícia depois de ter sido preso no Acre transportando drogas no avião que pilotava, ele resolveu se divertir. Passou quatro dias num camarote do Recifolia, o Carnaval fora de época da capital pernambucana. Comeu, bebeu e foi elogiado por famosos e modelos usando o nome de Constantino, filho do dono da Gol. Tirou fotos com a modelo Joana Prado, a Feiticeira, então no auge da fama. Foi apresentado pela directoria do Recifolia a Amaury Jr., o que lhe rendeu uma entrevista para a TV. “Fiquei extremamente impressionado com ele, porque é uma pessoa de alto magnetismo”, contou o apresentador à autora do livro. Amaury até pegou boleia no jacto que o “filho do Constantino” havia emprestado a companhia aérea, e ficou surpreendida quando soube da farsa.
Nascimento foi condenado por cinco crimes: fraude, falsidade ideológica, associação com o tráfico, apropriação e uso indevido de farda e insígnia, no caso deste último pela Justiça Militar. No tempo em que serviu o Exército, fingiu ter uma patente maior e vendeu motos que seriam leiloadas. As vigarices que conta no livro poderiam colocá-lo em mais uma série de inquéritos policiais e desencadear outras sentenças. O vigarista está numa prisão em Avaré, no interior de São Paulo, e ficará preso por mais quatro anos. Isso se não fugir da cadeia, como já fez três vezes, inclusive enquanto Mariana preparava o livro.


Frank Abagnale – O Rei dos Golpes Curiosos



Frank William Abagnale foi um dos maiores falsificadores que os Estados Unidos já teve na sua história.
A sua história de vida serviu de inspiração para o filme “Catch Me If You Can” (Prenda-me se for capaz), baseado na sua biografia não oficial de mesmo nome. O seu primeiro golpe foi cheques sem fundo, que descobriu que era possível quando foi forçado a fazer cheques com quantias superiores ao que tinha guardado. Isso, entretanto, funcionou até a hora que o banco parou de emitir mais cheques, o que fez com que abrisse mais contas em bancos diferentes, eventualmente criando novas identidades para isso. Por um período de dois anos, Abagnale disfarçou-se de piloto da companhia aérea Pan Am “Frank Williams” para obter voos de graça pelo mundo por deadheading (pilotos ganham viagens de graça para outras cidades pelo mundo por outras companhias aéreas como cortesia quando precisam fazer voos nestas cidades) em voos normais. No primeiro destes voos, não sabia onde estava o seu assento. Uma hospedeira teve o privilégio de mostrar a Abagnale onde estava o assento. Ele conseguiu falsificar um cartão de identificação da Pan Am através de um modelo e um certificado de piloto da FAA (Federal Aviation Administration). Ele também conseguiu um uniforme da Pan Am fingindo ser um piloto autêntico que perdeu seu uniforme. Frank também forjou outros títulos que lhe fizeram trabalhar sob 8 identidades, além de ter usado muitas outras para forjar cheques, cujo volume de prejuízos passou de 2.5 milhões de dólares em 26 países. Com todo o dinheiro disponível devido aos golpes baixos, criou um estilo de vida, namorando comissárias de bordo, comendo em restaurantes caros, comprando roupas caras. Frank foi preso na França em 1969 quando uma comissária da Air France reconheceu o seu rosto no cartaz que anunciava a sua captura. Quando a polícia francesa o prendeu, todos os 26 países em que cometeu fraude pediram a sua extradição. Em 5 anos, um jovem nova-iorquino de classe média fingiu ser piloto de avião, médico, advogado e professor. Passou cheques falsos em quase todos os estados americanos e em mais de 10 países. E fez uma fortuna de milhões de dólares. Frank começou a carreira aos 16 anos, quando passou mais de 3 mil dólares em cheques sem fundos do pai dele em postos de gasolina. Pouco tempo depois, virou profissional no ramo. Passou a abrir contas com documentos falsos e a imprimir seus próprios cheques. Para levantar menos suspeitas na hora de sacar dinheiro, fingiu ter uma das profissões que mais davam status nos anos 60: piloto de avião. Com menos de 21 anos, Frank já tinha acumulado mais de 500 mil dólares. Passou 5 anos na prisão, e acabou solto com a condição de ajudar o governo a prevenir fraudes com documentos. Actualmente ele preside a Abagnale and Associates, uma empresa de consultoria contra fraudes financeiras.

George Parker – O Audacioso

Parker foi um dos mais audaciosos vigaristas da história americana. Ele fez a sua vida vendendo marcos públicos de New York para turistas incautos. O seu objeto favorito para venda era a Brooklyn Bridge, que ele vendeu duas vezes por semana durante anos. Convencendo os clientes ingénuos que com a compra da ponte Brooklyn, os contemplados donos da ponte podiam ganhar uma fortuna controlando o trânsito, mediante um pagamento de uma portagem. Mais de uma vez a polícia teve que remover os ingénuos compradores da ponte que tentavam erguer barreiras. Outros marcos públicos que ele “vendeu” foram: o Madison Square Garden, o Metropolitan Museum of Art, Grant’s Tomb e a Estátua da Liberdade. George tinha muitos métodos diferentes para fazer a sua venda. Chegou a criar um falso “escritório” para gerir seus imóveis. Ele produziu um enorme e impressionante quantidade de documentos falsos para provar que ele era o legítimo proprietário de cada um dos imóveis que colocava à venda.

Joseph Weil – O Sedutor de Pessoas Honestas
Joseph “Yellow Kid” Weil foi um dos mais famosos vigaristas da sua época. Ao longo da sua carreira, acredita-se ter roubado mais de 8 milhões de dólares. Os seus amigos mais próximos diziam que o seu grande trunfo era conhecer muito bem a natureza humana. A sua frase célebre: “Eu não aplico golpes em pessoas honestas, somente naqueles que acham que podem ganhar algo sem dar nada. Para essas, eu dou nada, em troca de algo”. Weil também dizia que a maioria das pessoas que conhecia possuia o que ele chamava de “lado animal” muito mais forte que o seu lado racional, e o apelo de “ganhar algo sem dar nada” seduzia a maioria das pessoas: “Quando as pessoas aprenderem – e eu duvido que elas irão – que não podem ganhar algo de graça, o crime irá desaparecer e viveremos em grande harmonia”.

Bernard Madoff – Golpe Milionário e Símbolo da Crise Mundial


Se Charles Ponzi foi o pai da fraude financeira mais consagrada por vigaristas no mundo inteiro, Madoff é o responsável por sofisticar as pirâmides financeiras. O vigarista apresentava-se como um hábil investidor e filantropo judeu nos Estados Unidos. Em 1960 fundou uma sociedade de investimento que se tornou queridinha dos engravatados de Wall Street. Mas de génio das finanças, Bernard Madoff não tinha nada. Ele formou uma grande pirâmide especulativa, assim como seu guru Charles Ponzi. O mentiroso simplesmente usava o dinheiro aplicado por novos investidores para remunerar os antigos. Assim como toda a pirâmide, quando a sociedade de investimento parou de receber novos membros, o esquema se desmontou. No total, o calote foi de mais de 50 biliões de dólares, um verdadeiro recorde. Grandes bancos como o HSBC e o Santander perderam muito dinheiro por causa de Madoff, eleito como um dos símbolos da Crise Económica Global. O mentiroso, hoje em dia, repousa na prisão, após ter sido condenado a 150 anos nos Estados Unidos.

 Via: Vigaristas


Um comentário: